Momento de Renovação

Renovacao-465x310Quem nunca ouviu dizer que a vida é um eterno recomeço? Células do corpo, energia, emoções, pensamentos, palavras, verdades, relacionamentos, sonhos e desejos. Tudo é renovável. E renovação significa abrir mão do velho e mergulhar-se no novo. Sentir a adrenalina do recomeço e deixar a brisa trazer as boas novas.

Recomeço também exige resiliência para controlar as emoções, garra para acreditar no futuro e paciência para assumir a ignorância do “por vir”, mesmo já vivido um passado recente repleto de experiências.

No clássico filme, “O Feitiço do Tempo”, entende-se que a rotina também pode ser encarada como uma novidade. Sair da mesmice é mudar a si mesmo. Fazer diferente todos os dias, criar oportunidades, mesmo quando tudo parece igual. Recomeçar é resignificar a vida, dar sentido àquilo que parece sem brilho, ver o que os outros não veem ou mudar o próprio olhar sobre coisas nunca vistas.

Recomeçar não é começar do zero, nem ignorar a experiência já vivida ou mudar completamente o estilo de vida. É, sim, renovar a visão, redirecionar a energia naquilo que realmente importa para enriquecer a vida!

O olhar tolo daquele que vive no comodismo é o retrato mais claro do eterno contente – não contente de feliz, mas contente de contentamento, de satisfeito e de acomodado com a ilusão de uma realidade “imutável”.

Páscoa vem do hebraico e significa Passagem. No cristianismo a passagem seria de Jesus da morte para a vida. A vitória sobre a morte, o reviver. É o que devemos fazer todos os dias. Reviver ideias, sonhos, sentimentos, amizades, motivação. Celebrar a vida e valorizar nossa breve passagem neste mundo, repleto de mudanças. Nunca acomodar-se com aquilo que nos incomoda. O inconformismo é o que nos move, é o que nos faz seres melhores e maiores, é o que nos faz buscar eternamente a felicidade na vida.

Ser feliz não necessariamente é aceitar a vida como ela é, mas sim, buscar o que se acredita e acreditar no que se busca!

Rose Kurdoglian

O que a crítica constrói?

Critico_400x400Desde que nascemos, somos acobertados pelo manto do juízo. Temos que atender a uma expectativa que nem ao certo sabemos o porquê e principalmente “para quê”. Alguns continuam com a dúvida pelo resto de suas vidas, tornando-se vítimas da ignorância alheia e talvez, quem sabe, da sua própria ignorância.

Agora pergunto: vale mais um julgamento justo ou um questionamento perspicaz? Quando se julga, se encerra. Quando se questiona, várias possibilidades surgem concomitantemente.  Quantas vezes recebemos críticas de “pais” órfãos, sem ao certo entender a razão (se é que existe) do argumento levantado.

As pessoas não se dão conta de que a percepção é seletiva e absolutamente subjetiva. A verdade está atrás de cada olhar, onde a visão depende de qual perspectiva você se encontra. Portanto, cada um perceberá a situação de uma maneira diferente. Não existe um dono da razão. Impossível existir uma única verdade.

Ao adotar este ponto de partida pergunto: É justo julgar? É coerente criticar? Existe crítica que construa algo?

Na minha discreta percepção não. Somos co-responsáveis pela miopia do outro e pela nossa própria impossibilidade de ver tudo ao mesmo tempo. Somos, portanto, seres faltantes. Não incompletos, mas sim faltantes no sentido de não sermos donos de uma única verdade. Mas nem sempre nos damos conta de que todo mundo pode ganhar. Basta combinar a regra do jogo. Superioridade ao julgar não o deixará mais ou menos poderoso.

Além disso, somos os primeiros a nos avaliarmos e a nos criticarmos. Levantamos a bandeira da automutilação. Esquecemos quem somos nós. Pois se realmente acreditássemos no nosso verdadeiro potencial e destreza em certas coisas, nenhuma crítica, seja qual for, iria nos destruir tão facilmente. Curioso pensar que no fundo, no fundo, sabemos quem nós somos e o que queremos. É que às vezes acreditamos mais na crítica do outro do que em nosso eu verdadeiro.

Saber nossas qualidades e reconhece-las com humildade é o verdadeiro remédio para uma alma enferma e cansada. Somos seres errantes, portanto, somos incapazes de julgar ou criticar o trabalho do outro.

O questionador perspicaz possui a capacidade de transformar uma pedra bruta em algo precioso. Já o ser pequeno e míope, simplesmente critica.

Rose Kurdoglian