Transição de Carreira – Busca por Si mesmo

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Quando passamos por uma transição de carreira, na realidade, passamos por uma revisão de nossas escolhas. Trata-se de um questionamento profundo sobre o significado que o trabalho tem sobre nossas vidas. Que lugar ele ocupa?
Somos o que fazemos todos os dias. O trabalho nos transforma, nossas escolhas revelam quem nós somos. Tudo acontece por que nós permitimos.
Mas enfim, como transmitir uma imagem forte, confiante e eficiente, quando o momento revela justamente o oposto? Estamos vulneráveis, muitas vezes passando por dificuldades financeiras, questionando nossas próprias habilidades e desafiando a autoestima.
Respostas óbvias são difíceis de oferecer. A percepção e vivência de cada um irão imprimir apenas uma opinião subjetiva. A realidade, na verdade, é fruto da nossa imaginação.O que faz do homem estar feliz com sua própria condição, não será a ausência de problemas, mas a serenidade e o equilíbrio para lidar com os eventos incontroláveis.
Muitas vezes o indivíduo deve mudar seu foco ou desinvestir sua energia em determinadas situações do cotidiano. Apenas a atitude de deixar de potencializar as adversidades da vida, evitando que os imprevistos os aborreçam em demasia, já seria uma maneira de proteção contra o stress que vem de dentro de nós. Muitas vezes tentamos justificar nossas emoções, através dos eventos pelos quais passamos. Esta justificativa revela a inocência perante os desafios que nos deparamos na vida.
Ser capaz de reconhecer o resultado de suas decisões é a porta de entrada para sair da ignorância completa de quem somos nós. É uma estrada sem volta. Uma vez percorrida, jamais conseguimos voltar para o conforto do mundo ignorante e vazio.
Portanto, digo isto com muita convicção, se é que ela assim existe:
Transitar de carreira é uma grande oportunidade para enfrentar a ignorância que temos sobre nós mesmos. Quando o profissional deixa um cargo, o que sobra é a pessoa, isenta de qualquer posse. Ele passa a ser ele verdadeiramente na sua singularidade fascinante.

Rose Kurdoglian

Liderar pela Escuta

Sigmund FreudDesde muito cedo, somos treinados a nos comunicar corretamente. Esperto e inteligente é aquele capaz de se expressar com desenvoltura e vender suas ideias com veemência.
O aluno quieto, planejador e precavido, tende a ser marginalizado e muitas vezes catalogado como aquele indivíduo sem capacidade de liderar ou comunicar-se assertivamente.
Esquece-se, porém, de notar que, no mundo em que vivemos, sagaz é aquele que escuta! O bom ouvinte descobre o mundo do outro e explora as possibilidades de um mesmo objetivo. É aquele que se importa genuinamente com a autenticidade das pessoas. Curioso, torna-se interessante pelo simples fato de se interessar pelas ideias alheias. Sai do egocentrismo viciante e passa a exercer o caminho da sabedoria.
Além de todas estas qualidades, a mais sublime delas ainda está por vir.
O ouvinte verdadeiro é incapaz de julgar, algo que também aprendemos na infância pela própria educação que recebemos. O julgamento é reforçado a partir do momento que o profissional torna-se um gestor e passa a escolher e formar seu time. O indivíduo que deixa de julgar passa a aceitar o outro incondicionalmente, sem preconceitos, ideias absolutas ou inflexíveis. Ele é duro com os problemas, mas, suave com as pessoas. Não tenta catalogar pessoas e ideias, mas é capaz de organiza-las, não por meio da lógica, mas por meio das relações humanas.
A escuta é o amuleto que falta para muitos líderes que dedicam tempo precioso da vida, tentando aprender estratégias de como negociar e comunicar assertivamente.
Aprendemos a escutar com nossos filhos, pais, netos, amigos, parentes e desconhecidos. As relações humanas compõe a teia da vida que dá início e fim às causas e consequências dos resultados de nossas decisões. Escuta é o caminho pelo qual as relações são estabelecidas.
O gestor que pratica a escuta é capaz de gerar resultado e conhecimento com e através da equipe. Ele permite que seus colaboradores encontrem possibilidades e gerem ideias capazes de solucionar problemas e aumentar a produtividade. É também através deste processo que o líder estimula a individualidade e encoraja as pessoas a aceitarem seu próprio estilo. Sendo assim, ele desenvolve nos indivíduos a capacidade de se apropriarem dos problemas e trazerem inventividade ao trabalho.

Rose Kurdoglian

Liderança em Cenários Instáveis

Com base em nove anos de pesquisas, Collins e seu colega Morten Hansen da Universidade de Stanford enumeram as premissas para construir uma empresa em tempos imprevisíveis, focando não apenas no desempenho, mas também em cenários instáveis que os líderes de hoje enfrentam.

O interessante deste estudo é justamente tratar do resultado consistente e não simplesmente da rápida ascensão de algumas empresas que encontram o fracasso na mesma velocidade que o sucesso.

Pensando nos resultados surpreendentes que estas empresas apresentaram em cenários instáveis, foi possível quebrar paradigmas que honestamente, mudaram minha concepção míope do perfil de um líder. Vejam alguns mitos e verdades descobertos neste estudo:

  • Os líderes 10+, não correram mais riscos nem foram mais visionários e criativos; foram, sim, mais disciplinados, empíricos e profundamente dedicados.
  • Mais importante que a inovação, é a competência para dosa-la, mesclando criatividade com disciplina.
  • Seguir a máxima de que para liderar em um “mundo veloz” requer “decisões e ações rápidas” é assinar a própria sentença de morte.
  • As empresas mais bem sucedidas reagiram às mudanças radicais do mundo com menos mudanças que as do grupo comparativo.

Rose Kurdoglian

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Os 10 mandamentos para engrenar na carreira

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Este artigo tem como objetivo, orientar jovens profissionais interessados em iniciar um planejamento de carreira de forma a vencer a grande competitividade do mundo corporativo. Seguem os 10 passos essenciais para engrenar na carreira:

1. Conheça a si mesmo: Como psicóloga e profissional de RH, venho percebendo uma tendência muito forte dos jovens consumirem muita informação e não necessariamente processá-la no aspecto emocional. Conhecer seus pontos fortes e suas limitações é o primeiro passo para uma escolha consciente de carreira e um planejamento preciso. Como ser feliz na carreira se eu não me conheço suficientemente para fazer as escolhas certas?

2. Seja Autêntico: Ser autêntico é encontrar um propósito maior para sua escolha profissional, um propósito de vida. Sujeitos autênticos são responsáveis. Responsabilidade envolve produtividade, liberdade de escolha e o poder de concretizá-las. Quando há o interesse verdadeiro, há naturalmente o comprometimento e a responsabilidade em fazer o melhor.

3. Escolha o seu lugar: Procure fazer escolhas que estejam relacionadas aos seus valores e crenças. Por exemplo, se você possui um estilo mais independente e informal, procure empresas que estejam mais antenadas a esta filosofia de trabalho. A sua adaptação e chances de crescimento serão muito mais favoráveis.

4. Mantenha relacionamentos positivos: A maneira como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor funciona como um sistema de atração ou de repulsão para as melhores oportunidades. Como você será lembrado pelas pessoas mais próximas é como você irá atrair as melhores oportunidades. Pense nisso!

5. Pratique a Humildade verdadeira: O pensador inglês Bertrand Russel (1872-1970) dizia que para uma pessoa conseguir atingir a grandeza do que é capaz precisa primeiro permitir ver sua pequenez. Assumir o que não se sabe e perceber que nos recriamos a cada dia com novos aprendizados, é uma maneira de sempre buscar crescer e desenvolver habilidades.

6. Abandone os preconceitos: Preconceitos são falsos pressupostos que quando colocados em prática, geram decisões com resultados indesejados. Julgar erroneamente uma pessoa ou empresa pode comprometer a reputação de uma carreira brilhante.

7. Seja Persistente: Apesar de termos a falsa ilusão de que para crescer na vida é necessário apenas querer. A velha frase “querer é poder” poderia ser facilmente substituída pela palavra “persistência”. O indivíduo que persiste é muitas vezes confundido com o “cara de sorte”. Sucesso é jogo e jogo é probabilidade. Quanto maior a persistência do profissional no seu objetivo, maior serão suas chances de sucesso. Trata-se mais de uma questão lógica do que da aleatoriedade da sorte propriamente dita.

8. Invista no Marketing Pessoal: Diferente do que as pessoas pensam, não há nada de fútil em administrar adequadamente sua imagem e seu conceito perante as outras pessoas. Para isto, procure aplicar os princípios do Markenting no Produto Pessoa e administre sua carreira como um negócio. A embalagem e o conteúdo interno, assim como a sua exposição nas mídias sociais e o seu valor no mundo corporativo, são aspectos indispensáveis para o sucesso na carreira. Segundo um estudo realizado pela Universidade de Houston (EUA), profissionais com boa aparência, tendem a ter rendimentos 4% maiores que a média.

9. Conecte-se de forma inteligente: Administre bem a sua imagem nas mídias sociais. Crie filtros, evite comentários inadequados, use o bom senso sempre, pois não importa a natureza da rede, você está sempre se marketizando e estampando a sua marca ao mercado de trabalho.

10. Não subestime uma oportunidade: Por menos importante que pareça sua função dentro de uma organização, seu poder de influência perante o sistema e as pessoas  será sempre proporcionalmente maior. Portanto, exerça sua capacidade de modificar positivamente o ambiente em que está inserido e pratique a proatividade verdadeira através de ações criativas e produtivas.

Rose Kurdoglian

Diário do Empreendedor “Vale a pena a viagem?”

No momento em que tomei a decisão de abrir meu próprio negócio em outubro de 2008, passei pela mesma experiência de uma mãe ou pai que decide ter um filho. Eles pensam que sabem como será a viagem, mas percebem em pouco tempo que não é nada daquilo que um dia pudessem supostamente passar na mente desconhecida de um inexperiente cientista… Realmente é de se perder o fôlego.

Empreender é aventurar-se em um caminho de descoberta – fascinar-se e angustiar-se. No momento em que mostra sua força, retira-se o chão que te sustenta. O sucesso do seu negócio é o retrato da sua própria competência de gerar resultados. Não há a quem culpar, você é o condutor de todos os acontecimentos gerados, negativos ou positivos. O termo “resultado” passa a ser resignificado. Ele deixa de ser o simples ato de “ganhar dinheiro” e passa a significar “Transformar valores em credibilidade, reputação e notoriedade.” Na escola dos seus filhos, nas redes sociais, na roda de amigos, em qualquer lugar público, o empreendedor exerce o seu poder de influência e desenha a sua imagem na história.

José Carlos Teixeira Moreira da Escola de Marketing Industrial (EMI) retrata que na inovação, trabalhamos de frente. “O conceito de perfil tem a ver com aquilo que a pessoa parece ser. De frente, vemos como ela é realmente.” Aproveitando a colocação brilhante deste experiente profissional, digo que o empreendedor, ao entregar seu crachá, passa a ser tratado de frente na condução do seu próprio negócio. A inovação não começa com uma ideia inovadora, mas principalmente com disciplina, persistência, muito suor e determinação pessoal. A história da sua empresa é a sua própria vida contada em um ângulo mais profissional.

As pessoas são muito românticas e procuram sempre deixar aparente aquilo que é bom e belo. O objetivo deste artigo é tentar demonstrar os dois lados desta experiência, pois, não há como ter uma roseira sem espinhos, assim como não há sentimento de vitória sem antes experimentar a dor do esforço e suas abdicações. Como é difícil exercer a disciplina que vem de dentro, cumprir uma meta interna, receber uma correção por um erro que você mesmo cometeu. Quer desenvolver a visão sistêmica? Tenha seu próprio negócio. Nele, a única alternativa é encontrar soluções que gerem o crescimento sustentável do seu empreendimento, de forma integrada e objetiva.

Mas quais são as rosas e o perfume de todo este processo? Você passa a se apaixonar e compartilhar este sentimento com as pessoas que confiam e apostam no seu trabalho. A cada contrato fechado, projeto concluído e cumprimentos recebidos por clientes e parceiros, gera o que nomeio de “adrenalina empreendedora”. Sabe quando alguém elogia publicamente seu próprio filho por algo que ele tenha conquistado? É mais ou menos isto…

Ter o negócio próprio também é promover um autoconhecimento e amadurecimento pessoal muito profundo. A sua empresa é seu espelho, é seu propósito e passa a ser sua vida. O expediente é contínuo, a liberdade de expressão e autonomia caminham na mesma proporção da dúvida e do aprisionamento proporcionado por um mercado tão comoditizado e repetitivo. O crescimento interno, portanto, é gerado pela necessidade de buscar o conhecimento através experiências de sucesso anteriores.

O principal questionamento ao final de tudo é – Vale a pena a viagem?

Para o empreendedor que valoriza excessivamente o “ter” sem o envolvimento da alma, respondo que é melhor voar de primeira classe e procurar uma empresa que siga estes valores. Agora, para o profissional que possui uma proposta pessoal que vai muito além da luxúria do “ter” e abre sua alma para este caminho tortuoso dos negócios, recomendo estudar tudo o que estará disposto abdicar para atingir esta meta pessoal. Vale muito a pena!

Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br

Etiqueta corporativa

Recentemente venho observando mais atentamente a maneira como os profissionais movimentam suas escolhas, seus relacionamentos e qual o real impacto desta postura com sua imagem pessoal e obviamente seu sucesso na carreira.

Discordo plenamente da concepção de que etiqueta signifique simplesmente “ser agradável” ou “ser gentil”.  Ter etiqueta é muito mais abrangente do que a superficialidade que ela demonstra. A maioria das pessoas de sucesso consegue resilientemente conciliar Etiqueta com Objetividade.

A melhor definição de etiqueta corporativa já encontrada diz que “Etiqueta não é um código rígido de postura. É simplesmente como as vidas das pessoas interagem umas às outras.”

Levando em consideração esta definição, podemos entender que etiqueta envolve a maneira como escolhemos nos relacionar com as pessoas, considerando sempre o envolvimento de 2 ou mais pessoas. Assim, podemos considerar impossível pensarmos em demonstrar postura positiva e sincera, sem que haja o envolvimento do outro.

O principal ingrediente da etiqueta corporativa envolve escolhas construtivas para relacionamentos duradouros. Estar mentalmente preparado para dar um tratamento cordial e sincero às pessoas tendo sempre a consciência de como as suas atitudes afetam o outro.

E por que a consciência das suas ações deve ser um assunto de etiqueta corporativa?

Com a agitação diária e a pressão constante para vencer a concorrência acirrada do mundo moderno, a maioria das pessoas age e reage mecanicamente. Isto significa perder parcialmente ou em alguns casos totalmente a consciência de suas atitudes e como elas poderiam afetar negativamente o outro.

Neste sentido, o tempo ou a falta dele melhor dizendo, passa a ser o grande vilão da falta de etiqueta nos dias de hoje. Esta hipótese pode ser nitidamente confirmada na ausência de cortesia e discernimento quando observamos o comportamento de motoristas (a maioria imprudente) em grandes cidades. O homem civilizado perde espaço para o animal instintivo e irracional.

Ser bem sucedido na carreira significa vencer obstáculos através do esforço pessoal e da colaboração de pessoas envolvidas no caminho da vitória. Assim, torna-se inconcebível obter o sucesso, sem considerar os princípios de uma boa etiqueta corporativa: Consideração, Respeito e Honestidade!

Persistência “Caminho de Rosas e Espinhos”

Ontem recebi uma notícia muito inspiradora e que todo empreendedor deseja receber a cada minuto, a cada noite mal dormida, a cada respiro.

A metáfora para este sentimento de vitória, seria a de um corredor olímpico que após muita luta, olha para o placar e vê o seu nome estampado em primeiro lugar. Chega a ser talvez intrigante já que quando ele recebe esta notícia, antes mesmo de celebrar a vitória, um questionamento permeia sua mente: E agora? Qual o próximo desafio? Qual o próximo Record a ser superado?

Quando é o momento de parar? Quando é o momento de mudar de rumo? Persistir ou parar de insistir? São questões que fazem da persistência uma tarefa difícil.

Persistir significa abrir mão dos seus vícios, das distrações que o mundo nos leva, de redefinir o espectro do mundo onde uma só visão haverá: a visão do seu objetivo.

Persistência significa ainda não deixar que as derrotas apaguem a vontade de vencer, que as vitórias eliminem o desejo de querer mais e que os outros determinem quando será a hora de parar.

Esta tarefa é muitas vezes solitária, envolve a crença de que é sim possível chegar aonde se espera, mesmo percorrendo caminhos de espinhos e roseiras coloridas. Muitas vezes, é mais fácil repetir, deixando assim, o ato de persistir aos atletas olímpicos.

O ser humano adora o conformismo. Fica mais fácil viver em um mundo determinista onde o problema é sempre alheio, onde a história de vida conduz à personalidade, onde cada um possui um destino premeditado.

O indivíduo possui uma vantagem única chamada por Jung de “Individuação”. Ele é capaz de evoluir de um estado infantil de identificação para um estado maior de diferenciação a medida que amplia sua consciência sobre os fatos e acontecimentos de suas vidas. Com isto, somos capazes de decidir quem pretendemos ser e aonde desejamos chegar. Além disso, ao adquirir mais autonomia sobre a própria vida, o ser humano passa a orientar suas decisões com base em objetivos próprios e não seguindo inquestionavelmente condutas e valores impostos pela sociedade.

A individuação passa portanto a ser uma premissa básica para o desenvolvimento da persistência. Quando nos orientamos a um “modus operanti” imposto pela sociedade, nos conformamos e logicamente, ao nos conformar, nos colocamos como indivíduos incapazes de quebrar paradigmas.

A persistência envolve a quebra de conceitos e regras supostamente impostas pelo senso comum. Implica em rejeitar o não e construir o sim, sem se preocupar com a suposta negativa. É pensar positivo e identificar a hora certa de agir.

O indivíduo que persiste é muitas vezes confundido com o “cara de sorte”. Entretanto, poderíamos dizer que apesar das controvérsias, há certa lógica nesta afirmação já que para se ter sorte, é necessário jogar e ao se fazer isto, aumentam-se as chances de vencer.

Muitas vezes atuamos como espectadores no cenário da vida. Nos confrontamos com a imagem determinista onde de um lado estão “nós” os trabalhadores  e de outro lado estão os “sortudos” de sucesso.

Sucesso é jogo e jogo é probabilidade. Quanto maior a persistência do indivíduo no seu objetivo, maior serão suas chances de sucesso. Trata-se mais de uma questão lógica e do que da aleatoriedade da sorte propriamente dita.

Ontem foi um dia de sorte, amanhã provavelmente receberei outro não para colecionar no meu portifólio profissional. Mas a persistência será sempre a minha sombra e me acompanhará tanto na estrada de espinhos como nos caminhos coloridos das rosas.

Deixar de persistir é sem dúvida desistir da chance de vencer e ter sucesso naquilo que se acredita.

Rose Kurdoglian – Maio 2011

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Stress “Principal ingrediente da eficiência corporativa”

Vivemos na era da eficiência, dos resultados ininterruptos, da agilidade de respostas e da crença de que não basta fazer certo, mas em tempo recorde. O motivo talvez, de estar descrevendo sobre este tema é para, de alguma forma, expressar minha indignação sobre o fato de que uma civilização inteira está sendo arrastada pela hiperatividade da eficiência total.

Recentemente estive em uma das cidades mais movimentadas do mundo e o que mais me impressionou foi o ritmo alucinado desta população. Nas ruas podia-se observar uma maratona de trabalhadores movimentando-se em direção a seus objetivos, que muitas vezes, não pareciam muito claros. Uma residente abastada corria em um parque local enquanto fazia uma reunião virtual pelo celular. Nos restaurantes um aviso: “seja breve e ao terminar, seja cordial para dar lugar a outro cliente.”

Que mundo é este em que vivemos? Como podemos atingir o equilíbrio e controlar nossas ansiedades quando se sugere que o principal ingrediente da eficiência é justamente a agilidade gerada pelo stress?

O stress é a reação de indivíduos que se encontram em uma situação de fuga onde o senso de sobrevivência se faz presente como prioridade máxima. Para isto, o corpo humano reage imediatamente, aumentando o bombeamento sanguíneo, desenvolvendo mais rapidez de pensamento, impulsividade de respostas e obviamente hiperatividade. Toda esta mudança corpórea também gera reações químicas no cérebro como o aumento dos níveis de dopamina (controla níveis de estimulação e controle motor em muitas áreas encefálicas), noradrenalina (neurotransmissor relacionado a excitação físico e mental) e serotonina (gera interferências no humor, na ansiedade e na agressão). Entretanto, toda esta mudança rítmica tem como conseqüência efeitos colaterais altos demais ao indivíduo. O principal, não o mais óbvio, supõe-se que seja a dificuldade de encontrar um propósito maior na vida em si.

Stress é desconforto e desconforto origina-se da insatisfação ou da falta de propósito. Como o stress é uma resposta à ameaça ou tentativa de fuga de uma situação ameaçadora, podemos entender que as pessoas que vivem em um ambiente estressante, bem possivelmente, perderam o seu propósito de vida. Outra hipótese da origem do stress nas megalópoles é a contribuição da cultura consumista, mais presente em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Assim, o propósito de vida maior é substituído quase que integralmente ao propósito consumista de ter mais e mais e mais, gerando um círculo virtuoso do mundo atual onde TER é tudo e SER não mais importa.

Escrever é uma maneira de refletir e a palavra reflexão não faz parte do vocabulário do mundo consumista. Impulsividade é o oposto de refletir. As drogas, o álcool, o consumo desenfreado, a obsessão com o corpo, entre outras, são saídas imediatistas e covardes de lidar com a falta de propósito, ou seja, com o vazio que geramos.

Qual o seu objetivo de vida? O que realmente importa para você? A sua ocupação está contribuindo para a melhoria do mundo em que você vive?

A reflexão, a autenticidade de pensamento e a arte de criar são provavelmente algumas maneiras mais saudáveis de lidar com este conflito existencial tão presente nos dias atuais. São ainda saídas que possibilitam evitar o desconforto gerado pelo stress, sem deixar a eficiência de lado.

Precisamos desmistificar o fato de que para se ter agilidade e eficiência, é preciso estar sob o efeito do stress. Além dos prejuízos com a saúde, o stress interrompe o percurso da criatividade e impossibilita o homem exercer aquilo que o difere de outros animais – “a razão”.

Por isso, pare um pouco, reflita sobre o que fez e o que irá fazer, aproveite os momentos com a família, valorize mais as amizades e encontre prazer no que faz.

A vida só tem valor se for sentida, não apenas vivida.

Rose Kurdoglian (Abril/2011)

Talentbank

Reciprocidade e os Relacionamentos na Carreira

Primeiramente gostaria de pedir desculpas aos meus leitores fiéis pela negligência em escrever novos artigos. O ritmo desenfreado da rotina paulistana e minha recorrente procrastinação resultaram na demora em lançar o 10° artigo deste blog.

Tenho recebido solicitações para discursar sobre um assunto muito comentado nas redes sociais e facilmente percebido pelo senso comum – a importância dos relacionamentos para a carreira.

Antes de abordar os resultados que as relações sociais poderiam trazer para a ascensão profissional, seria válido promover uma reflexão sobre o princípio das relações humanas. Levantemos alguns questionamentos ilustrativos para este princípio:

O fato de pertencer a uma rede social extensa potencializa o crescimento profissional?

 O que seria necessariamente a capacidade de se relacionar com o outro ou a conhecida inteligência Interpessoal?

Martin Buber (1878 – 1965), doutor em filosofia em Berlim, educado pela tradicional cultura judaica, nos ensina que o princípio do relacionamento genuíno está na reciprocidade, no diálogo autêntico entre duas pessoas, onde cada um é para o outro um parceiro num acontecimento da vida, mesmo sendo este um adversário.

(…) “A única coisa importante é que, para cada um dos dois homens, o outro aconteça como este outro determinado; que cada um dos dois se torne consciente do outro de tal forma que precisamente por isso assuma para com ele um comportamento, que não o considere e não o trate como seu objeto, mas como seu parceiro num acontecimento da vida, mesmo que seja apenas uma luta de boxe”. (BUBER, 1982, p.138).

Assim como o sucesso profissional depende da autorealização, o relacionamento tem como premissa a reciprocidade. Além disso, tanto o relacionamento como a autorealização, partem do princípio da autenticidade. Portanto, é a capacidade de ser autêntico que realiza verdadeiramente o ser humano e que proporciona um relacionamento genuíno.

(…) “Se nos tempos primitivos a pressuposição do ser-homem deu-se através da retidão da sua postura ao caminhar, a realização do ser-homem só pode dar-se através da retidão da alma no seu caminhar, através de uma grande honestidade que não é mais afetada por nenhuma aparência, já que ela venceu a simulação”. (BUBER, 1982, p.143).

Traduzindo para uma realidade existente, somos cúmplices de pseudo-relacionamentos onde o que importa é a imagem transmitida ao outro e a capacidade de convencê-lo de que esta ilusão é verdadeira.  Assumindo o mesmo papel, o outro esforça-se para criar uma imagem idealizada de si seguindo os mesmos interesses do parceiro. Neste sentido, vizualizamos uma rede fictícia de relacionamentos superficiais onde a imagem idealizada do outro é apenas um objeto, ou um meio para atingir objetivos e metas individualistas.

Olhando para fora da janela, observamos exemplos vivos do que acontece no mundo moderno. Problemas conjuguais entre recém casados, instabilidade constante em empregos, solidão e a doença do século – depressão. Este sentimento de frustração surge da decepção do ser humano em descobrir que o que está vendo e se relacionando é apenas um jogo de imagens e que as relações verdadeiras pertencem aos contos infantis e histórias em quadrinho.

O objetivo deste artigo não é gerar uma visão pessimista dos relacionamentos interpessoais, mas promover uma reflexão sobre o diálogo genuíno e a capacidade de modificar nossa postura frente a maneira como nos posicionamos na sociedade. A ética, muito defendida nas relações profissionais, deveria ser levada mais a sério. Deixar de lutar por uma causa própria e pensar no bem do outro, na reciprocidade e na empatia verdadeira, são formas de vencer os problemas de uma sociedade extremamente imediatista e individualista.

O mundo ao nosso redor é transformado e recriado conforme a postura pessoal assumida. Esta atitude é traduzida para um cenário onde o “coletivo” substitui a singularidade, o receber abre portas para o “doar” e o hoje fornece espaço para um ” futuro” de crescimento e amadurecimento pessoal.

Em conclusão, a mensagem que pretendemos atingir com este artigo, é indubitavelmente a confirmação da importância dos relacionamentos para determinar o sucesso na carreira das pessoas. Entretanto, buscamos com este artigo, acima de tudo, alertar, ou tornar conscientes os pseudo-relacionamentos. Quando o interesse pessoal supera a amizade e o contato profissional, o objetivo de potencializar o crescimento fornece espaço para uma disputa egóica sem fundamento.

“O homem é antropologicamente existente não no seu isolamento, mas na integridade da relação entre homem e homem: é somente a reciprocidade da ação que possibilita a compreensão adequada da natureza humana”. (BUBER, 1982, p.152).

Adeus ano velho,feliz ano novo!

 Este provavelmente será o último artigo do ano e por este motivo, gostaria de abrir um espaço para prestar um reconhecimento a todas as pessoas que acreditaram que era sim possível criar um futuro positivo, mesmo com todas as dificuldades que nos são apresentadas diariamente.

O objetivo deste artigo não é simplesmente ocupar a função clichê de um cartão de natal, mas promover uma reflexão sobre o espectro de oportunidades e generosidades recebidas neste ano de 2010, por amigos, colegas, clientes e família.

Foi através do primeiro ano em que convivi com a minha pequena Clara que pude perceber através dos seus gestos delicados e sinceros o quanto a vida vale a pena e o universo de possibilidades que ela nos oferece. É através da observação cuidadosa a uma criança que nos faz compreender a sabedoria que um ser humano recém chegado nos traz. A sabedoria da simplicidade, do gesto gentil, do amor incondicional e da paz transmitida pelo poder de existir.

Muitas vezes passo a acreditar que o ser humano, em função da convivência caótica e materialista, desaprende a viver. Uma criança nasce com atitudes sublimes e absolutamente evoluídas. Ela não entende a inveja, a luxúria, o ódio. Talvez pelo fato de aceitar o novo e encarar a vida como um aprendizado contínuo, seu corpo, sua mente e sua alma estão inteiramente focados naquilo que importa de verdade.

Quantas vezes nos desviamos de nossos objetivos ou consumimos nossas energias em sentimentos como o ódio e a inveja? No mundo, não basta estar bem e sim ter mais que nossos vizinhos, ser mais eficiente, mais rico, mais feliz etc. Passamos assim, a nos concentrarmos em uma disputa inócua, onde o inimigo passa a ser nossa própria capacidade de “superar a nós mesmos”.

Agradeço muito à minha filha que me ajudou a me apaixonar pela vida e me concentrar naquilo que realmente importa, deixando de lado sentimentos que impedem o sucesso. É claro que não poderia deixar de prestar uma homenagem especial ao meu amor que, através do seu otimismo irradiante, me ensinou a capacidade de superar dificuldades e a possibilidade de reescrever uma nova história.

O equilíbrio familiar é peça fundamental para o sucesso na carreira. Para se ter um propósito de vida coerente, deve-se considerar a saúde psíquica familiar e o equilíbrio dentro do contexto afetivo-relacional. Entende-se por sucesso neste caso, não simplesmente a ocupação de um cargo de poder, mas a satisfação plena da atuação profissional.

Além do apoio afetivo, gostaria de agradecer na prática, aqueles (e foram muitos) que ajudaram a TalentBank a progredir ao longo deste ano de 2010. Clientes que muitas vezes nos confundíamos com amigos de longa data ou amigos que nos confundimos frequentemente com irmãos.

O sentimento de gratidão é reconhecer um bem recebido e sentir-se acolhido em situações onde se tornava impossível caminhar sozinho. Não existe gratidão solitária. A gratidão é um sentimento coletivo, uma ação grupal e integrada. Por isso, todos são beneficiados e quanto mais nos entregamos, mais recebemos e vice-versa.

Convido aos leitores do nosso blog a refletirem sobre este sentimento coletivo tão poderoso e pouco praticado por todos. O famoso clichê :“e o que eu ganho com isso?”, pertence à cartilha do fracassado. Fazer o bem implica em ver o todo e doar-se, sem necessariamente ter uma moeda de troca. Um olhar fraterno, uma visita desejada, um amor incondicional, um gesto gentil, são demonstrações de nobreza, de progresso evolutivo, de ética vivida e não escrita.

O resultado que estes gestos poderão trazer no futuro, pouco importa para nós. O que vale na realidade, é o sentimento de prazer que a doação incondicional pode gerar e o obrigado sincero daquele que recebeu este bem tão valoroso.

Boas festas! E muito obrigada!

Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br