Assessment : Inteligências Múltiplas em Gestão de Carreira

Avaliação Comportamental ou Assessment é hoje um procedimento muito utilizado por recursos humanos com o objetivo de avaliar ou checar a adequação de um profissional a um determinado perfil desejado.

Normalmente o “Assessment” é conduzido por consultores ou psicólogos que na iminência em desvendar os mistérios da mente humana, negligenciam uma efetiva melhora com relação às vulnerabilidades identificadas. Em conseqüência desta incomunicabilidade entre resultado esperado pela empresa avaliadora e objetivos propostos pelo consultor avaliador, minimiza-se a eficácia e credibilidade de uma avaliação de perfil profissional.

É obvio que avaliação não pressupõe desenvolvimento humano propriamente dito. Entretanto, vale ressaltar que o primeiro passo para o amadurecimento profissional ou pessoal, inicia-se no reconhecimento de suas qualidades e limitações de forma construtiva e sincera. Logo, entendo que para que um assessment seja plenamente conduzido, atingindo um nível máximo de eficácia, deverá haver um compromisso íntimo com o sucesso no desenvolvimento das competências identificadas e avaliadas.

Howard Gardner, professor de Pós Graduação da Universidade de Harvard, desvenda em sua teoria de Inteligências Múltiplas (1995) um conceito mais amplo sobre as implicações do potencial humano.

Diferentemente do antigo conceito de inteligência, onde o QI (Quociente de Inteligência) era considerado algo único, nato e imutável, Gardner contribuiu para uma visão ampla e inovadora de como tratar as potencialidades humanas no campo da aprendizagem.

 “As pessoas não nascem com uma determinada quantidade de inteligência, que serviria como uma espécie de limite. Cada um de nós tem potenciais dentro de um espectro de inteligência. Os limites de realização desses potenciais dependem da motivação, da qualidade do ensino, dos recursos disponíveis. (Gardner, H., 2010, p.21)

Howard Gardner cita ainda 7 inteligências que segundo o autor, todos os seres humanos possuem, porém, em diferentes intensidades: Lingüística, Lógico-matemática, Musical, Espacial,Corporal-cinestésica (uso do próprio corpo para resolver problemas ou fazer algo), Interpessoal (entendimento do outro) e Intrapessoal (entendimento de si mesmo).

Para Gardner, a inteligência é a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou comunidade cultural. Para isto podemos adaptar esta teoria ao contexto organizacional trazendo o Assessment como a porta de entrada para uma gestão do crescimento profissional do indivíduo na empresa.

Quando o Assessment utiliza-se da teoria das múltiplas inteligências para identificar potenciais talentos, é possível também relacionar algumas profissões ou até mesmo trilhas que o funcionário poderá percorrer durante seu desenvolvimento profissional. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos elas ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da cinestésica. Já um gerente comercial, necessita de uma combinação das inteligências verbal-linguística, lógico-matemática e interpessoal.

Podemos pensar ainda quais inteligências seriam imprescindíveis para um líder. Em um ensaio, apostaríamos na predominância das inteligências intra e interpessoal.

A gestão da carreira de cada colaborador, leva em consideração utilizar, da melhor maneira possível, seu mix de inteligências, compensando as eventuais deficiências. Esta estratégia tende a conduzir o profissional ao seu melhor desenvolvimento e satisfação, culminando na indispensável motivação para permanecer na empresa.

Desta forma, cada vez mais, as empresas deverão utilizar o conceito de Inteligências Múltiplas na sua estratégia de pessoal, que, enfim, é o que vai garantir sua perenidade da organização.

Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br

Superação “Ir Além de Si Mesmo”

É importante desmistificar o “espírito de superação” e entender qual seu modus operanti para que as pessoas possam olhar para ele com esperança e acreditar que é sim possível desenvolvê-lo. Desenvolvimento este que se torna totalmente pertinente e factível à medida que começa a ser desmascarado brilhantemente pelo filósofo Nietzsche.

Ele anuncia em suas obras um novo homem, procurando consolidar a idéia de livre arbítrio e de trazer uma concepção mais contemporânea do ser humano. Denominado por Nietzsche de super-homem ou Übermensch, este homem possui uma nova roupagem personalística trazendo assim a oportunidade de olhar para frente e desvendar o novo, o porvir.

Neste sentido, o espírito de superação possui um envolvimento íntimo e profundo com a reflexão sobre o futuro, liberando-se do grande cansaço de existir. Cansaço este, envolvido por uma grossa camada de conformismo, superstição, medo, pessimismo e ilusão.

Peter Senge em seu livro “A Quinta Disciplina” incita a necessidade das pessoas modificarem suas mentalidades, de considerarem o indivíduo como um participante ativo na criação da sua realidade e não um mero expectador impotente. Sugere-se, portanto, a necessidade de deixar de reagir ao presente para criar o futuro.

O fato de adotar uma postura mais ativa com relação ao futuro implica em sentir-se seguro não pela fé inquestionável e sim pelo conhecimento que oferece como produto a convicção. É impossível negar que quanto mais entendo e conheço de mim mesmo e de minha atuação profissional, mais convicto e seguro serei. Da mesma maneira, para buscar o conhecimento é preciso refletir sobre o futuro e projetar o que pretendo ser com base nas minhas potencialidades e interesses. Assim, o super-homem nomeado por Nietzsche possui como combustível mobilizador a abertura para o novo, traduzida pela própria vontade de poder. Vontade de poder escolher, de poder decidir, de poder viver, de poder ter poder sobre minhas próprias vontades e angústias. Saber suportar as conseqüências desta vontade e evitar resultados indesejados através de uma vida resiliente, constitui também este novo homem.

A vontade de poder, citada por Nietzsche envolve a concepção de livre arbítrio, sendo o homem livre para fazer suas escolhas e conduzir seus próprios desígnos.

O homem massificado evita a qualquer custo a controvérsia. É conformista, indiferentista e não têm preocupações supremas, acha a vida aborrecida e é cínico e vazio. É o que chama de niilismo (ex nihilo), para o qual a nossa cultura se dirige (Tillich).

Quando aceitamos incondicionalmente o mundo e a vida e nos mergulhamos nos mitos e paradigmas impostos por nossa sociedade castradora, construímos muros que se fortificam e crescem sempre que uma crise ou um fracasso nos anuncia. O homem com suas potencialidades afasta-se de si mesmo criando um profundo sentimento de solidão e abandono interno. Este sentimento é transformado nas grandes doenças da modernidade como a depressão e as enfermidades psicossomáticas.

Por outro lado, a superação de Nietzsche nos traz uma esperança renovada que não chega aleatoriamente e sim através de uma vida assumida e de um destino que o próprio homem constrói e projeta. Trata-se de um engajamento com a própria vida e seus novos fundamentos, deixando de lado valores arcaicos e sem sentido e mergulhando-se no mundo do “talvez” com a oportunidade do saber e da imaginação criativa.

Somente o ato de criar é capaz de lançar o homem para além de si mesmo e redimi-lo da mediocridade e da ignorância.

Feche os olhos, olhe para dentro, imagine, crie e se jogue para o mundo do talvez. O mundo em que vivemos é o mundo que criamos!

 Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br

Criatividade

Como surge a criatividade? Ela é um evento ou algo nato? Como posso tornar-me um ser criativo? Por que algumas pessoas têm a criatividade mais aflorada que outras?

Criatividade é «a tendência do homem para se realizar a si próprio, para se tornar no que em si é potencial» (Rogers, 1977, p. 302).

Para Carl Rogers, em sua obra Tornar-se Pessoa (1977), o processo criativo é a expressão do ser autêntico e singular. Isto nos leva a entender que sem a manifestação da singularidade e da autenticidade, o surgimento da criatividade torna-se inacessível.

“Para que algo novo surja, no sentido que Rogers atribui ao conceito de «novidade», tem de haver uma singularidade a manifestarse enquanto tal, a ser enquanto tal, a reconhecerse enquanto tal. Caso se perca a sintonia com esse elemento de singularidade, então não haverá criatividade, mas rotina, e a pessoa, afastada da sintonia com a sua singularidade, não será capaz de produzir coisas novas.” (Ferreira,M & Candeias,A., 2007)

Neste sentido, criatividade e autoconhecimento se encontram em uma aliança perfeita e duradoura, onde a condição para ser criativo é ser autêntico e conhecer a si mesmo em primeira instância.

Além disso, a criatividade também pode ser vista como fonte de autoconhecimento. Muitas vezes, ao criarmos um produto ou uma nova maneira de se fazer as coisas, tomamos consciência de aspectos desconhecidos de nossa personalidade. Assim, muitas vezes nos questionamos: Como fui capaz de produzir um trabalho como este?

Se a condição para ser criativo é lançar o ser no fazer, pode-se afirmar que podemos ser criativo em qualquer área da vida, em qualquer momento, em qualquer lugar, desde que estejamos em sintonia, com essa tendência para se realizar a si mesmo.

Mas como posso ser eu mesmo se o mundo já me impõe suas exigências a começar pelas responsabilidades e papéis que devo desempenhar no meu dia-a-dia?

A cartilha do sucesso pressupõe encontrar um sentido maior no que se faz, ter vontade de ir além de si mesmo, superando-se a cada dia. Evitar a praticidade do mundo moderno, onde o melhor caminho é sempre considerado o mais curto e optar por uma trajetória mais coerente e prazerosa pode ser o início do processo de amadurecimento criativo. Devemos diariamente nos questionar, no caminho para o trabalho, qual o real propósito do que fazemos, por que somos o que somos e como podemos nos superar, sendo autêntico. Criatividade é o oposto de alienação. O homem alienado não vê o mundo de possibilidades, ele encontra apenas uma saída, uma única forma de se fazer as coisas, aquela que o meio em que convive julga como verdade absoluta e imutável. A alienação aprisiona o homem, a criatividade liberta, trazendo ao indivíduo a possibilidade de se chegar ao mesmo resultado de diversas maneiras, a de encontrar o otimismo nas coisas tidas como impossíveis, de abrir caminhos para a prosperidade na vida e de tentar novamente depois do fracasso. O criativo encontra o sentido em tudo que faz.

Para Frankl, o sentido é algo objetivo, algo que emerge da existência e a confronta. Por isso, não pode ser dado, mas apenas encontrado. Uma vez encontrado o sentido de algo, a realização desse sentido passará pela autotranscendência, em que o ser humano de algum modo se perde para ir encontrarse à medida que se põe em marcha rumo a esse sentido que o ultrapassa (Frankl, 1982, p. 100).

O ser humano criativo deixa suas tendências egoístas e narcisistas e se transcende, criando. Nesta recriação do seu próprio ser, ele promove um encontro com o Si-Mesmo e se supera. Deste modo, autorealiza-se.

Criatividade é o dinamismo da produção do novo onde o indivíduo abandona sua arrogância e mediocridade e passa a comportar-se de forma mais altruísta e transcendente.

Todos nós somos ou temos os ingredientes para sermos criativos, basta questionarmos por que não colocamos em prática este potencial coletivo.

 Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br

A Grandeza da Humildade

humildadePara falarmos sobre humildade é necessário primeiramente definirmos o termo arrogância e seus motivadores. O pensador inglês Bertrand Russel (1872-1970) dizia que nenhum homem está livre se não ousar ver qual é o seu lugar no mundo. Nenhum homem pode atingir a grandeza do que é capaz até que se tenha permitido ver a sua pequenez.

Ora, seguindo os pensamentos do ilustre filósofo, podemos entender que o arrogante, pelo fato de não ter a capacidade de se olhar no espelho objetivamente, cria uma imagem de si alterada e se relaciona com o mundo de forma egoísta e obsessiva. A arrogância é a primeira demonstração de insegurança em desvendar seu verdadeiro “eu” (self). Não ouço para não saber a verdade, não elogio para não mostrar minha submissão, digo que sou o “melhor”, pois não suporto ver minhas deficiências, preciso “ter poder” para tentar “ser feliz”. O arrogante segue um caminho solitário e vazio. Ele não se aprofunda nas relações afetivas para que o outro não descubra suas fraquezas, ele não admite um erro para não admitir sua própria baixa auto-estima, ele adere a comportamentos obsessivos para evitar a reflexão e o pensamento crítico.

Pensar criticamente é saber sustentar as opiniões com argumentos sólidos e não cometer falácias nem basear as opiniões em jogos de palavras e em maus argumentos de autoridade. Segundo Desidério Murcho (2010), o pensamento crítico implica a tolerância e o respeito, que tanta falta fazem no mundo contemporâneo. O pensamento crítico exige uma postura de cordialidade atenta, pois temos de escutar cuidadosamente os argumentos das outras pessoas para, juntos, encontrarmos argumentos melhores e soluções mais adequadas.

De acordo com o professor Cortela, doutor em filosofia pela Puc-SP, felizmente não nascemos prontos. Nós nos recriamos a cada dia. O problema do arrogante é que ele, pelo fato de ser incapaz de utilizar o pensamento crítico, crê que já tenha nascido pronto.  Portanto, por que devo aprender? Por que devo ouvir? Por que devo tolerar?

Enquanto a humildade resiliente é um sinal de saúde psíquica, a arrogância é o início do comportamento anti-social. Ele bloqueia a inteligência inter e intra-pessoal, levando o indivíduo a um aprisionamento da sua verdadeira personalidade. Como não suporto ser eu mesmo, vou me afastar do mundo objetivo e criar um mundo só meu, com meus próprios personagens e crenças. Neste reino de fantasias, o indivíduo perde a interação social saudável e caminha para um comportamento psicótico, podendo chegar a situações extremas como o que popularmente conhecemos como “surto psicótico”.

O objetivo deste artigo não é julgar e sim questionar o quanto é possível criar consciência sobre o comportamento arrogante. Todos nós tendemos a expressar sinais de arrogância em nosso dia-a-dia. Sinais estes como a tentativa de demonstrarmos que somos superiores utilizando-nos de roupas de grife, carros potentes ou até mesmo diferenciarmos o tratamento dado às pessoas as quais nos relacionamos conforme seu nível sócio-econômico. A falta de respeito no trânsito, de cuidado com o problema alheio, a esquiva com relação aos grandes problemas sociais, o julgamento preconceituoso da sociedade consumista onde você é o que você tem, são exemplos claros deste comportamento em nossa sociedade.  Até onde vai nossa arrogância? O próprio fato de criarmos perfis para cargos dentro de uma empresa pode ser classificado como um aspecto de arrogância. Por que o perfil de vendas sempre deverá seguir este padrão? Há uma única verdade? Devo ser o meu cargo ou devo seguir o propósito maior da organização que participo? Como gestor, aprendo ou ensino? Falo ou ouço? Delego ou executo? A única saída para estes questionamentos é a prática da resiliência.

Sabe-se que o princípio da resiliência é encontrar o meio termo. Resiliência significa flexibilidade em se moldar a uma realidade presente. É agir com assertividade no momento necessário. A humildade resiliente é saber agir no momento certo, sem necessariamente precisar aparecer publicamente ou divulgar o próprio feito. Sabe-se quem você é objetivamente e suas capacidades pessoais, entretanto, sabe-se ainda que cada dia será um aprendizado e uma recriação do próprio ser. O auto conhecimento e o reconhecimento de sua própria ignorância em meio ao universo de possibilidades em que vivemos são formas saudáveis de se defender do vício que é o comportamento arrogante.

 De que adianta demonstrar algo que não se é?

Como dizia uma grande amiga e conselheira, Aparecida Natale, a autenticidade é o principal ingrediente da auto-realização e conseqüentemente, o propósito da vida humana.

Conhecer a si mesmo passa a ser, portanto, um desafio diário e interminável.

Rose Kurdoglian

O Valor do Poder

Liderança é poder? Qual o valor do poder? É possível exercer uma liderança participativa quando o poder predomina?

A capacidade de envolver as pessoas em prol de um único objetivo trazendo bons resultados para o negócio é amplamente citada nas organizações. Entretanto, à medida que o grupo de trabalho se multiplica e conseqüentemente se massifica, o organismo empresa começa a desenvolver sintomas anteriormente não observados. A capacidade de ver o todo passa a ser substituída por departamentalizações de áreas e divisão de responsabilidades. Na intenção de dividir para organizar, cria-se um paradigma da desintegração do todo. A empresa e os objetivos passam a ser organizados por departamentos e estes por cargos. O gestor passa a administrar processos e papéis pertinentes ao seu departamento e com isto passa a ver a parte, em lugar do todo. Por outro lado, o mundo exige a visão sistêmica, a habilidade de visualizar a figura, em lugar das partes, de enxergar como águia, ao invés da visão formiga. O mundo fala da interconectividade, de integração de processos, do “mundo plano”.

A liderança participativa pode ser bem exemplificada pela relação pais e filhos onde o que realmente importa é capacidade de amar o outro como a si mesmo, de tratar o outro com atitudes elevadas, de buscar aprimorar-se como pessoa para oferecer o melhor exemplo de si. O amor de pais movimenta um processo de construção de um futuro exemplar aos seus primogênitos, desenvolvendo assim o domínio pessoal, a capacidade de trabalhar suas próprias ansiedades, de procurar agir com ética e responsabilidade. A relação pai-filho considera a hierarquia, o status social, o poder econômico e a arrogância como entidades inexistentes. Neste ambiente, o que realmente importa é o amor, a paixão e confiança verdadeira.

Assim como a liderança, o relacionamento parental exige dos pais uma capacidade de persuasão e comunicação exemplares. Colocar limites ou até mesmo transformar uma opinião pessoal em um legado a ser seguido é uma tarefa árdua e desafiadora. Comunicação envolve em primeiro lugar não a capacidade de falar, mas a de ouvir, não a capacidade de determinar uma idéia absoluta, mas de entender a visão do outro. Para que a comunicação seja eficaz, é necessário haver consenso e abertura para as diversas possibilidades de um mesmo final. A persuasão pode ser vista como um conceito mais próximo do compartilhamento de idéias do que da capacidade de convencer o outro a acreditar em uma idéia. O indivíduo torna-se verdadeiramente persuasivo quando suas atitudes estão alinhadas com seus conhecimentos específicos traduzindo em ações responsáveis.

“Poder” no seu contexto isolado não será nunca sinônimo de liderança. Por outro lado, podemos afirmar que quem possui a habilidade de liderança, seguramente possui o verdadeiro poder. O poder de equilibrar um ambiente caótico, de tomar decisões bem pensadas, de conhecer seu campo de atuação. O poder da auto-realização e do sucesso profissional.

Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br

Os benefícios da maternidade para a carreira

maternidadeEm lugar de dizer que a maternidade dificulta a vida profissional da mulher, eu diria que ela oferece uma grande oportunidade de desacelerar o ritmo e pensar naquilo que realmente faz sentido para a sua vida.

Após passar pela experiência de ser mãe, pude perceber que o conceito de sucesso que há muitos anos havia acomodado, passou a ser questionado e finalmente modificado. Percebi, que a ascensão profissional popularmente conhecida, significa status quo, podendo significar ainda um parecer “ser” e não necessariamente “ser” autêntico e realizado internamente.

Na tentativa de desenvolver saúde psicológica para o filho, faz-se necessário vencer as barreiras do que a sociedade convencionou como sendo valorizadas e subir mais um nível. É o nível da espiritualidade, de tratar sua carreira com paixão, de amar o outro, assim como amo a mim mesmo e à minha própria filha. Assim, tudo passa a ter um significado maior, um propósito mais verdadeiro, um agir acreditando que está cultivando um futuro que irá se orgulhar.

Nesta perspectiva, acredito que a mulher, ao tomar consciência da importância de amar o que faz para transmitir esta plenitude ao seu primogênito, amadurece e desenvolve uma competência muito citada e infinitamente complexa em seu conceito – A LIDERANÇA PARTICIPATIVA

Ela descobre que é o espelho do outro e que tudo o que sente, vê ou diz é captada, mesmo em momentos em que esteja fisicamente ausente. Logo, em busca da felicidade do seu próprio filho, ela passa a desenvolver disciplinas como o domínio pessoal, a capacidade de controlar suas próprias ansiedades, de lutar contra os pensamentos negativos, de construir a capacidade motivadora e de aguardar pacientemente o resultado na hora certa.

Rose Kurdoglian

Auto realização: Propósito da Vida Humana

Estou publicando o artigo de uma eterna amiga e conselheira – Aparecida Natale.

Auto-realização é o propósito da vida humana, é autenticidade. Sujeitos autênticos são responsáveis e dessa forma, no mundo coorporativo preencherão suas responsabilidades em uma estrutura hierárquica com muito mais eficácia do que indivíduos não autênticos.

Quando as pessoas estão alienadas ao verdadeiro propósito de suas vidas, elas substituem esta realização por vencer competições, e esta é a condição perfeita para a acomodação da ansiedade. Da baixa, cria-se ansiedade e conseqüentemente menor produtividade.

Vocês devem estar se perguntando – Ora, qual é o propósito de uma vida? É a evolução. E esta está ligada a paixão, se você souber seguir sua paixão, será capaz de descobrir a si mesma e perceber seu potencial.

O apaixonado pensa criativamente, está tão implicado que inspira os outros e cria uma ordem diferenciada em suas organizações, em suas vidas. Essa visão criativa traz uma nova dimensão do indivíduo que participa de uma renovação evolutiva, de uma unicidade humana mais integrativa, conectado aos outros e ao mundo no mesmo grau em que está conectado a si mesmo.

Ser autêntico significa ser o autor de si mesmo. O indivíduo autêntico não segue a uma autoridade externa quando o assunto é conhecer, pensar e agir em sua vida. Quando o indivíduo autêntico entra em uma organização e trabalha com outros em uma estrutura hierárquica, ele segue não autoridades, mas sim a uma estrutura funcionalmente hierárquica de responsabilidade final e também sua responsabilidade consigo mesmo e com a organização.

Sujeitos autênticos são responsáveis e vão abarcar suas responsabilidades nas organizações mais que indivíduos não responsáveis. E entenda que responsabilidade hierárquica não é seguir autoridades externas, é estar implicado naquilo que é o objeto de seu desejo de paixão.

Responsabilidade envolve produtividade, liberdade de escolha e o poder de concretizá-las. A depressão vem da sensação de impotência em relação ao futuro. É o oposto de responsabilidade e, logo, é irresponsabilidade.

Descobrir seu próprio potencial faz com que use a competição para sua própria realização.

Se o propósito da vida é a auto-realização, quando as pessoas se alienam a este propósito, elas substituem a auto-realização por vencer competições. A paixão é evolutiva. Quando seguimos nossa paixão, descobrimos nosso potencial.

Quanto mais você evoluir, sua consciência se re-criativa de suas crenças (individuais e sociais), revalorizando-as e ressignificando-as para SEU bem estar, mais criativo você será.

Sou competente?

Passam-se os três meses de experiência na nova empresa e nos perguntamos: tenho competência para continuar nesta função? Três anos depois, o mesmo questionamento permeia nossa mente, em seguida seis anos, dezesseis anos e assim por diante. A dúvida torna-se intermitente e varia conforme o humor e a maturidade do superior imediato. Ainda assim, nos esforçamos desumanamente para suprir as expectativas e os ideais das empresas as quais representamos, convivendo com a constante incerteza de ser ou não competente.

Competência é um assunto tão abrangente e ao mesmo tempo infinitamente restrito que passa pela subjetividade de seu conceito atravessando as emoções das pessoas que a avaliam. Assim, competência passa a ser popularmente reconhecida como a capacidade de relacionar-se positivamente com seus superiores a fim de satisfazer suas necessidades singulares.

Contrariamente ao vulgo entendimento do que é ser competente, o “ser competente” reflete uma capacidade direta de agir assertivamente, expressa pelo desempenho profissional agregando assim valor econômico para a organização e social e econômico ao indivíduo. Competência é uma combinação perfeita e balanceada de conhecimentos, habilidades e atitudes.

Ironicamente, nossas mentes ainda funcionam no conceito antigo de cargos. Quando alguém pergunta o que fazemos para viver, logo respondemos as TAREFAS que executamos e não o PROPÓSITO maior onde trabalhamos. O propósito é o interesse genuíno, é a razão de viver de uma pessoa. Quando há o interesse verdadeiro, há naturalmente o comprometimento e a responsabilidade em fazer o melhor. Peter Senge em “A Quinta Disciplina” diz que a base do domínio pessoal é encontrar seu verdadeiro propósito. Somos treinados a sermos leais aos cargos que ocupamos e passamos a confundi-los com nossas próprias identidades, vivendo assim uma vida medíocre, focada em metas secundárias.

Sugiro substituirmos a questão ser ou não competente, pela seguinte pergunta: minha carreira e a organização que represento estão coerentes ao meu propósito de vida?

Não se pode ser competente sem ser feliz no que se faz…

Rose Kurdoglian – www.talentbankbr.com.br